Uma das belezas do mercado digital é que ele ainda é pouquíssimo regulamentado. E eu penso que, pela sua própria natureza altamente dinâmica, nem há como fazê-lo de maneira eficiente.
Veja por exemplo o que aconteceu com a prática de spam. Há 15 anos ou mais, as caixas de e-mail começaram a ficar inundadas de mensagens de ofertas, vírus e outras porcarias. Se o governo tivesse tentado regulamentar isso, punir os responsáveis, dificilmente conseguiria.
Mas nem precisou, sabe por quê? O próprio mercado resolveu o problema. Hoje o spam continua a lotar a sua caixa, mas você nem vê, porque seu e-mail já o filtra automaticamente. Os servidores colocam emissores de spam em uma lista negra. O ecossistema se autorregulou. A prática continua errada e ainda incomoda, mas foi refreada por soluções inteligentes.
Coisa semelhante aconteceu com cópia ilegal de arquivos, como filmes e músicas. Por que perder horas baixando discografias e filmografias, tendo que procurar em sites obscuros e ainda se arriscando a instalar programas maliciosos, quando se pode assinar Spotify e Netflix a um valor bastante justo?
A velocidade das inovações no mercado digital torna inviável a sua regulamentação minuciosa. Mas felizmente, é esse próprio processo de inovação constante, de frequentes e incontáveis testes, erros e acertos, que corrige os problemas quase em tempo real.